terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Flecha

Oiço o seu silvo atravessar o ar,
oiço o ribombar da corda ao soltar,
uma, duas, três... tantas quanto lhe bastar.

Sou o alvo, estanque;
Perante o seu arqueiro.

A primeira é assertiva,
todas as outras prolongamentos,
do seu rasgo ferido.

Correm lágrimas a cada seta,
disparada,

(o alvo chora o reflexo do arqueiro),
(o arqueiro derrama o pranto a si infligido),
A dor dilacerante da verdade omitida,
O prurido insaciável da ausência imposta,
A dormência latejante da perda, sobreposta,
ao ardor acutilante da raiva contraída.

Empaticamente sabem ambos o efeito,
das marcas deixadas, em cada um.
Alvo e arqueiro!
Pela percepção das suas posições,
antagónicas,
mas ironicamente complementares,
Resta a sequela...

Tudo.
Um campo de batalha.
A servir apenas o recolher das flechas lançadas,
e o sarar das mágoas...

domingo, 21 de novembro de 2010

Mordida

Há aqueles dias em que sentes que tens de escrever, mas... não há palavras que saiam... não há frases que se formem... mas aquele aperto continua... aquele tremor interno... que se quer jorrar em palavras, em frases... em grito.... acima de tudo...

Ontem fui-me deitar, com uma contradição dentro de mim... hoje acordei roída...
mordo o silêncio alvoraçado, dentro de algo imaterial... que se materializa em mim...

Não sei por onde começar... não sei por onde e como exteriorizar...
temo o arrependimento,
temo a posição que defendo... por oposição ao que quero...
temo ainda por tudo isto... afastar-te de mim...
temo não saber demonstrar o que sinto, e iludir-te com outro lado que pouco tem de mim...
temo que este texto não seja lido...
temo agora mais, que não seja de todo compreendido...
temo não estar a escrever o que devia...
temo escrever mais do que o que digo
temo jamais veres para la do acto irreflectido de olhar.

Estou aqui.
Mas, temo um dia não estar...

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

TORANJA - Carta




Não falei contigo
Com medo que os montes e vales que me achas
Caissem a teus pés
Acredito e entendo
Que a estabilidade lógica
De quem não quer explodir
Faça bem ao escudo que és

Saudade é o ar
Que vou sugando e aceitando
Como fruto de Verão
Jardins do teu beijo
Mas sinto que sabes,
Que sentes também num dia maior
Serás trapézio sem rede
Pairar sobre o mundo
Em tudo o que vejo

É que hoje acordei e lembrei-me
Que sou mago e feiticeiro
Que a minha bola de cristal é folha de papel
E nela te pinto nua
Nua, numa chama
Minha e tua

Desconfio que ainda não reparaste
Que o teu destino foi inventado por gira-discos estragados
Aos quais te vais moldando
E todo o teu planeamento estratégico de sincronização,
Do coração, são leis como paredes e tectos
Cujos vidros vais pisando

Anseio o dia em que acordares por cima
De todos os teus numeros,
Raizes quadradas,
De somas subtraídas,
Sempre com a mesma solução.
Nah!
Podias deixar de fazer da vida um ciclo vicioso,
Harmonioso,
Ao teu gesto mimado
E à palma da tua mão

É que hoje acordei e lembrei-me
Que sou mago e feiticeiro
Que a minha bola de cristal é folha de papel
E nela te pinto nua
Nua, numa chama
Minha e tua

Desculpa se te fiz fogo e noite
Sem pedir autorização por escrito
Ao sindicato dos Deuses
Mas não fui eu que te escolhi
Desculpa se te usei
Como refugio dos meus sentidos
Pedaços de silêncios perdidos
Que voltei a encontrar em ti.

É que hoje acordei e lembrei-me
Que sou mago e feiticeiro...

...E nela te pinto nua
Nua, numa chama
Minha e tua
numa chama minha e tua...

Ainda magoas alguém
O tiro passou-me ao lado
Ainda magoas alguém
Se não te deste a ninguém
Magoaste alguém
A mim passou-me ao lado...
A mim passou-me ao lado...

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O adeus sorridente

A primeira vez que tive um blog não foi aqui... foi no space do Msn...
e os dois primeiros artigos que escrevi, foram sobre uma misteriosa personagem de lisboa.

Hoje fiquei a saber, que ontem deu o seu último adeus, e hoje toda a gente sabe quem ele é, Todos o tratam pelo nome de João Manuel Serra... há uns anos eu apenas sabia:


hoje ocorreu-me falar de alguem...

Alguem que todos conhecem ou julgam conhecer ( dos que se passeiam pela noite de lisboa),

Se tal como eu já passas-te pela zona do Saldanha, quando a noite é já quase madrugada, certamente foste presenteado com o aceno de uma mão, e um sorriso de um homem aquem os cabelos brancos ja revelam alguma idade...  

Este jovem de cabelos brancos, retribui calorosamente os acenos que lhe fazem ,a partir dos carros que esperam que o semaforo passe a verde.

De inverno e de verão camuflado pelos seus oculos escuros e a gabardine beje, sorri...

e que entusiasmo demonstra em cada sorriso, é mais um marco da nossa cidade, a cidade que não vem nos roteiros, mas a cidade que vive, que se afunda na solidão, que sobrevive!

Quem é afinal, quem é?! Porque está ele a espalhar sorrisos no meio da praça, em frias noites de inverno?!

Presto a minha homenagem a este homem...

Será o suficiente? Será que ninguem se interroga? Precesirá ele de alguma coisa ou de alguem? Qual o seu nome?!

ou bastam-lhe os nossos acenos... para saber que existe, que alguém o vê...

Não nos és indiferente, por isso te sorrimos, sabemos que lá estás, e se um dia faltares sentiremos...

obrigado pelo sorriso, o minimo que faremos é devolver-to...

façam-no voces também, se tiverem tempo... parem e dois dedos de conversa n farão mal...

ati e a lisboa que se enriquece com a tua anonima história!

Maio de 2006


mais tarde fiquei a saber...



enfim... é o minimo que devo fazer depois do apelo..


a personagem do blog anterior, surpreendeu-me durante o
dia com um dos seus acenos... 
num sitio onde não o esperava encontrar... 
(se e k alguma vx pensei encontra-lo durante o dia...)
É numa zona ilustre da cidade... a que alguem apelidou de Restelo
que durante o dia João segundo o que me disseram,
 é assim que consome as horas ensolaradas...
Se João e o seu nome, ou se simplesmente e c se fosse JOE p os ingleses, 
não sei, mas dar-lhe um nome, 
perceber que os seus dias não parecem diferentes das suas noites..
dá o que pensar...

Setembro de 2006


Esta é a homenagem que lhe posso fazer... 


hoje fiquei a saber muito mais sobre ele, 
sobre o seu blog, sobre a paixão pelos filmes, do ritual de domingo... :) 

Hoje a cidade prestou-te uma grande homenagem... pena que só a possas ver
a partir desse outro lugar...

Eterno Adeus

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Retratos

Uma folha,
Igual a tantas outras... branca, texturada, limpa;
Expectante de ti,
que a olhas, que procuras o seu melhor ângulo;
Hesitante recolhes a mão ao primeiro traço,
é leve e fluido, espalhando-se quando assim tiver de ser...

Vislumbras um cânone,
frio e distante do modelo que tentas reproduzir...
Olhas agora, e vês o rosto,
uma massa organizada; nada de novo.

Olhas mais uma vez,
e espantas-te por ver uma expressão,
não estava lá, ainda agora!

A coisa complica-se,
o olho também ri...

No que julgas ser o fim,
começas a modelar cada característica,
descobres as particularidades do modelo,
riste-te,
descobres os teus erros!
amaldiçoas a tua falta de competência,
desculpas-te, com a tua mão ferrugenta ...
Insistes, dás sombras, cruzas linhas, em vão.

Pois no fim, o modelo apesar de se parecer,
não é nem nunca será quem pensavas até então.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Guerras de Alecrim e Manjerona no quintal de casa...

O que é que eu faço à minha vida?!

"Atira-te ao mar... e diz que te empurraram...." (por acaso até dava jeito, um choque térmico e atirar galhos aos outros!)

Para esclarecimento dos literais... apesar de estar no halloween, não me entraram dois carros alegóricos pela casa a dentro... pelo menos por enquanto, não!

Mas as minhas personagens, encontram-se todas num quintal.
Não é um quintal qualquer, é o quintal que eu e o leitor idealizarmos, tão mutável como as nossas memórias, tão fresco ou tenebroso como as nossas emoções!
Onde vejo uma árvore airosa de frutos carnudos, há quem indistintamente veja um cacto verde e isolado, uma roseira a florescer de espinhos...
hum... o tempo é alternativo, e alterna-se tanto como a fala proferida, pelas minhas personagens!

Esqueçam o Gilvaz, Cloris, Semicúpio... e todos os outros...

Mas digam la se não se parecem mais com o carnaval!?

Aqui só temos:
o Voz-off, uma voz que ecoa no espaço, não sabemos de onde vem... mas tá lá e participa, mesmo que nunca responda quando lhe fazem uma pergunta directa.

o Duende, às vezes brincalhão, com ar divertido que apronta das suas, volta e meia até parece o mágico druida, com saídas sabias e enigmáticas, mas quando alguém lhe atira o cogumelo ao chão... ui... entre rabujar para todo o lado e a birra... venha o diabo e escolha!

a Cabra, um animal que já anda nestas paradas há tempo demais... Um dia é a que cuida de todos, preocupa-se com a protecção dos habitantes do quintal, fica enternecida com o gesto mais simples da natureza, noutros fica possuída e só atira coices p todo o lado! principalmente quando alguém armado em tonto, lhe puxa os pelos ou lhe trilha os cascos!!!

diálogos!?
Criem-nos vocês!
como fazia a minha mãe na minha infância, dou-vos as personagens e o cenário, agora arranjem o enredo, a moral, os diálogos e claro um fim....

cada um por si, como num dia mau no meu quintal!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Grilo falante

O que há a fazer!?
Quando a tua consciência:


-Tiver 2 pernas, e usa-as para caminhar à tua frente de um lado para o outro, enquanto tu estás sentado num banco de jardim às 500 da manhã com frio, e com ratos a passear nos ramos das árvores!


-Esfumaça-se que nem uma locomotiva vintage,


-Não desaparece quando pensas que estás a alucinar,


-Te disser coisas que nem o diabinho te diria!


- Se auto-denomina sem consciência... 


- Aparece em formato visual, 3d, por escrito e audio... em todos os horários e mais alguns, principalmente nos menos convencionais, e mesmo onde não é suposto aparecer... ai encarna a versão imaterial de eco a ressoar...


- pior... aparece na "boca" dos outros... (isto é o ressoar num nível mais elevado!)


- Dá-te, sim não te refere ou mostra, dá mesmo, DOCES, para que tu alimentes as tuas neuras, e que se lixe se vais, resmungar ao espelho e alfinetar a tua auto-estima!


- tu apareces com um dilema, mas como um dilema é monótono, e pode-se resolver com "pim, pam, pum", ele generosamente fornece-te gratuitamente mais umas quantas condicionantes para te entreteres... :S


- e no fim quando pensas que a analise está feita, todos os cenários verificados, e ufa... já podes partir descansada... porque tas confiante na tua racionalização...  a consciência...atira-te uma "batata quente" com tooodo o cenário discutido exaustivamente durante horas, com os factores simplesmente perversamente invertidos!


- E a cereja é.... despede-se com: a "ultima palavra é tua! tu é que tens de decidir!"



EU!?!?! mas para que é que serve a consciência?! para me fazer decidir com culpa ou para me ajudar a contorna-la?!?!


(sim, eu deveria envergonhar-me e não contornar mas evitar... mas pronto, não sou perfeita, ok!?)

agora um dilema partilho múltiplos cenários de resposta convosco sobre a minha única questão ou não?!

Tédio

Entediei-me com o meu blog!
Eu não sou o meu blog... ou será a minha outra personalidade a postar?!
(nota mental: verificar a hipótese citada)

Enfim não interessa...
O que interessa é que desvirtuei o propósito inicial do blog.
Sim, havia um propósito. Há sempre um, diga o que se disser!

Diário, cronica, sarcasmo e ironia, observação acutilante dos costumes, rematada com vinagre salgado em ferida aberta.... onde é que isso está?! num único texto!!!! ... "Romarias Modernas" e porquê?!
porque de alguma forma, por mim desconhecida, o blogue virou umas paginas de pseudo-poesia-barata, reflexo de umas emoções compiladas (criadas) para a satisfação narcisica do (meu)* ego...

Ufa 'tou aliviada.

agora já podemos voltar a rotina!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Tela

Com crueza o traço,
profana a pálida tela,
trilhando o caminho, 
(sempre longo até ao sucesso)
sempre menor que um passo,

surge num gesto,
mil imagens de todos ausentes em ti,
um esboço sem corpo,
numa tela que deixo de resto.

A paleta que tinge,
a paisagem de cenário,
o fundo cidade, que finge
em cada qual um actor secundário,

Dilui-se ainda a incerteza nua,
no momento, que se pinta, imortal,
pela cor porém... vibrará firme a agonia,
Nessa urbe vazia, cinzenta, vandalizada a metal;

Definidas por um traço comum,
Vagas, nos rostos anónimos,
serão ocas fraquezas,
virtudes de outros sinónimos.

Há porém...um...

Lugar menos obscuro, 
onde água é óleo!
a aguarás, perfumada,
a espátula, sem massa encorpada;

Ateliers de um conjunto,
de heterónimos tais,
que brindam à estranheza,
e em salvas aclamais!

Discorrem contos:
aveludados de sedosa linhaça.
para que seja no véu esfumado,
mantido; o ténue croqui de ambos,
num cavalete p'ra trás esquecido!

Dividas

Devo-te palavras,
encontradas ao som de uma melodia,
devo-te uma música.

Devo-te momentos,
felizes, profundos, raros e desastrosos,
devo-te horas de mim.

Devo-te o sonho,
acordado, a dormir, a escrever, a ler,
devo-te um pouco mais...

Devo-te a troca
da minha alma pela tua inocência,
devo-te a verdade.

Devo-te um plano,
o refúgio, a armadilha e a saída,
devo-te a decisão.

Devo-te a gravidade,
aproximação, a constância e atracção
devo-te importância.

Devo-te a razão,
a palavra, o argumento e a persuasão
devo-te ouvir.

Devo-te emoção,
a paixão, a raiva, a frustração e o desejo
Devo-te sensibilidade.

Devo-te um pouco de mim,
quando juntos devemos tanto de nós,
somos trocas, favores, anseios, e oásis,
causas fundadas e amores sem causa,
somos, voos em pleno céu aberto,
e trilhos de lava a evitar,
somos pânico aguerrido,
um gesto tremor de prazer percorrido...

Devo-te tudo do qual fujo...
Devo-te tudo para onde corro...

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Uivo

Gemem as negras folhagens, que me circundam...
No alto, ergue-se o majestoso candelabro celeste,
e na planície espraia-se um lago de luar,
Tremo, inquieto-me, na imensidão que me engole gentilmente.

Paro, escuto, alertam-se-me os sentidos!
Sinto o rondar de uma fera,
O redistribuir do seu peso a cada passo silencioso,
O eriçar do manto molhado,
O arreganhar das presas afiadas...

Fecho os olhos. Preparo-me.
Para receber o salto que vem na minha direcção.
Essa garra que arranha o instinto,
Essa força pujante de um animal humano,
Essa fome após o letargio invernal.

Contraio-me. Recebo-te.
Sou o alvo e o dardo,
Sou um sôfrego respiro sobre o teu arfar,
Sou um olhar curioso que a tua visão deixa capturar,
Sou um toque fluido na tua negra pelagem perdido.

Perco-me. Fujo-te.
Não sem antes,
Pregar o meu odor ao teu olfacto,
Dar o meu sabor ao teu paladar,
Vincar as (nossas) pegadas num caminho,
Entregar a minha dor ao teu destino,
Tatuar-te em mim.

Teimo.
Num gesto nu, adormento-te a vontade.
De lábios mordidos e punhos cerrados, tomo o trilho contrário.
Ficando na noite do lobo,
A lenda, dum uivo gravado (dum triste latido uivado)...

domingo, 8 de agosto de 2010

Perdão

Desculpa...
Desculpa fazer-te sangrar;
Desculpa deixar-te às escuras;
Desculpa fazer com que sufoques nesse aperto do peito;
Desculpa deixar-te entregue a um silêncio vazio, que te tomou a alma;
Desculpa por tentar ser-te imune;
Desculpa por te dizer, que te sinto a falta;
Desculpa por não suportar sentir-te distante;
Desculpa por preferir sentir-te ausente.

Desculpa tudo o que te fiz!
Desculpa ainda mais, aquilo ainda está por fazer...

terça-feira, 20 de julho de 2010

Silêncio nos ecos da alma

O barco agita fortemente com o o choque potente das ondas contra o casco.

No convés, onde me encontro, varias almas penadas e praticamente desfiguradas movem-se à mercê dos balanços enjoativos que a embarcação faz...eu vou de estibordo a bombordo, e não reparo, escorrego no sal e só não passo a água, porque algures uma teia de cabos, que alguém não arrumou... me... prende...

Fico de pés para cima, cara para baixo, agito no ar como uma qual bandeira, uma vela mal rizada, sacudida, chicoteada pela violência de Éolos! Sou um rasgão de pano, de uma era perdida, sou uma trégua extinguida, nas vontades da cobiça.
Não há leme.
Perdeu-se a rota...

domingo, 14 de março de 2010

Pote de ouro

É de manhã, uma manhã de domingo.
Aquelas manhãs silenciosas, suspensas, em que o mergulhar dos raios de sol primaveril nas janelas, são o único acontecimento que se evidência... Estão por toda a parte, lambendo as paredes dos prédios, espreguiçando-se pela paisagem, engolindo as sombras e criando pontos de reflexo que ofuscam.

Eu, estou no quarto, na sala, estou de janela em janela a contemplar o silêncio do dourado, o ruído dos brilhos, a amplificação de tudo isto no céu. Estou ocupada com tudo que se passa em torno, porque não quero sentir o nó que acordou laçado à volta da minha garganta... Se o ignorar, deixa de existir.
Assim, como o sombrio pressagio que me roubou a orfeu.. Também ele desaparecerá.
A luz vai enxotá-los, não vai?!
Só espero que, os raios sejam reflexos, dourados, de um tesouro que afinal não se perdeu...
Mas quando não há nada a fazer.... é porque tudo... já foi feito...
Assim, espero.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

nothing hill dinner

Ha momentos na vida que parecem decalcados de películas cinematográficas, ou serão o filmes reproduções fies da vida de alguns? De alguns privilegiados, que podem sentar-se à mesa, rodeados de amigos, entorno de saborosos paladares que acompanham palavras, confissões e piadas regadas a bom vinho! Um grupo inesperado, amigos, amigos de amigos... mas porquê nothing hill? Hum, não o é pelo enredo, mas cada um em relação a si próprio e à teia que se cria entre o desenrolar do novelo de uns para os outros.. As personagens em si mesmas, caricaturas da sua própria condição... Um jantar animado, numa época sem tempo para tal. Um jantar, tão simples como isso.. Hilariante? É ser no dia dos namorados. sim, isso vem reforçar o nome escolhido para a entrada.. Não, não é a revolta dos solteiros. É algo maior que isso, em que comprometidos também têm lugar...

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Esculpir

Descoberta de um caminho...

De uma maneira de ver o mundo e integrá-lo,

Partir de algo que nos faz de algum modo sentido,

Explorar a sua forma, reconhece-la e reproduzi-la...



E a meio do caminho, perceber que não mais a reproduzimos,

Mas que renasce, mais vigorosa, mais genuina que nunca,

Por meio de umas mãos que só agora têm capacidade de se exprimir,

E por fim não estando mais lá estará sempre...

23-11-2004